





Roberto Justus e Milton Neves se enfrentaram na Justiça após uma parceria para um programa de TV que nunca chegou a ir ao ar. Tudo aconteceu em 2008, quando o jornalista esportivo deixou a Record TV rumo à Band com a promessa de que se tornaria o “Silvio Santos do futebol”. 4ly10
Naquele ano, Milton firmou um contrato com uma produtora de Justus e a Bandeirantes. O acordo previa a criação de um programa mediante que três condições fossem cumpridas em um mês: que o jornalista saísse da Record, que Roberto e ele captassem patrocínios e que a emissora abrisse um horário na grade. A última cláusula, no entanto, não se concretizou e a empreitada foi por água abaixo.
“[Roberto Justus] É um dos caras mais inteligentes, brilhantes, poliglotas. Fala 300 línguas e, ao mesmo, é o sujeito mais gelado e cruel que eu conheci na minha vida. Ele me tirou da Record com a promessa de que eu seria o ‘Silvio Santos do futebol’, tanto é que eu ia fazer cinco programas na faixa nobre por semana, mais um no domingo à noite, contrato de três anos”, relembrou Milton em entrevista ao site Notícias da TV.
Depois de um mês e em plena semana de estreia, Milton foi comunicado de que o programa não iria ao ar e chegou a parar no hospital após a notícia. “O médico pegou a minha pressão e disse: ‘Olha, você só não morreu porque Deus não quis’. Depois disso, o Justus me ligou marcando uma reunião. Eu saí do hospital de pantufa para essa reunião. A mudança desse cara de um mês para aquela reunião foi coisa da água para o vinho. Ele falou assim: ‘Pode processar. Tenho um batalhão de advogados’”, relata o jornalista esportivo.
Após ar um período desempregado, Milton acionou a Justiça e pediu uma indenização por ter deixado a Record em prol da parceria malsucedida. O valor pleiteado girava em torno de R$ 15 milhões.
Em 2018, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu, em terceira instância, uma decisão favorável a Justus. “O recurso foi julgado favoravelmente ao Roberto Justus, assim como havia ocorrido nas instâncias ordinárias. A decisão considerou que ele cumpriu o contrato, e se comportou de forma ética”, disse o advogado do empresário, Marcelo Roitman, ao UOL.